O que foi o Concílio de Trento?
A Igreja Católica é considerada uma das maiores instituições religiosas e políticas da humanidade, desde seu surgimento na civilização romana até os dias de hoje. No século 16, a Igreja Católica passava por reformas e novas formas de pensar relacionadas ao Cristianismo começaram a surgir. Uma das ideias veio de Martinho Lutero, que formulou medidas que levaram à chamada Reforma de Lutero e à Reforma Protestante. Para romper com a nova tendência, a igreja criou métodos como a contrarreforma. Estas medidas foram formuladas, e vale a pena mencionar a reunião chamada Comissão de Trento, que é uma das partes mais importantes da contrarreforma católica. Mas, afinal, o que é o Concílio de Trento?
A história
Na Idade Média, para demonstrar o seu poder político, a Igreja Católica também levou em consideração a crença na salvação das almas pagãs, instituindo uma santa inquisição ou tribunal do sacerdócio. Os acusados de hereges eram interrogados pelo clero e torturados ou queimados. Foram duas as razões principais para o estabelecimento da Inquisição: primeiro, a realização do poder político católico (as pessoas que questionassem a fé católica eram consideradas hereges); segundo, os católicos acreditavam que estavam libertando almas heréticas, portanto, o corpo pereceria, mas a alma considerada eterna estaria salva. Por essas razões, os católicos torturaram e mataram um grande número de pessoas. No século 16, principalmente no norte da Europa, alguns monges que pertenciam à Igreja Católica (Martinho Lutero e João Calvino) iniciaram tentativas de reformar a doutrina católica.
O Concílio de Trento
Concílio tridentino ou Concílio de Trento foi a reunião religiosa da igreja católica realizada em 25 sessões plenárias, então 1.546 e 1.563, na cidade de Trento, no Tirol Italiano. Esse evento ocorreu em contraposição ao movimento da Reforma Protestante, iniciada em 1.517 pelo monge agostiniano alemão Martinho Lutero (1.483 – 1.546), que contestou as práticas da igreja de Roma.
Este Concílio foi o décimo nono conselho ecumênico reconhecido pela Igreja Católica Romana. Foi convocado pelo papa Paulo III, em 1542, e durou entre 1545 e 1563. Teve este nome, pois a sua realização ocorreu na cidade de Trento, região norte da Itália.
Principais consequências do Concílio de Trento
• a reativação do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição);
• a reafirmação dos sete sacramentos (batismo, confirmação ou crisma, confissão, eucaristia ou comunhão, matrimônio, ordem e extrema unção) e da indissolubilidade do casamento, que ficou proibido para membros do clero.
A partir do fim desse concílio tornou-se obrigatório o registro de batismo, casamentos e óbitos em cada paróquia.
A Igreja Católica, a partir do Concílio de Trento (1543-1563), definiu a obrigatoriedade do registro de batismos, casamentos e óbitos de todos os fiéis, com o objetivo de fortalecer sua atuação na sociedade católica e manter a Igreja em vista da expansão da disciplina do protestantismo. Desta forma, ele instituiu o sacramento do matrimônio, estendendo o vínculo entre duas pessoas ao nível sagrado, conectando-os diretamente com Deus. Como resultado, o casamento incluía uma série de regras estritamente seguidas pelo pároco e pelo cônjuge, sob pena de expulsão. O movimento de reforma iniciado por Lutero e Calvino chegou a um ponto em que os próprios monges não tinham planos. A reforma foi decisiva, não porque rompeu com a fé cristã, mas porque desafiou as doutrinas e rituais da Igreja Católica.
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FONTES:
CARVALHO, Leandro. “História da Igreja Católica”; Brasil Escola.
SANTOS, Ana. O casamento na implantação do Registro Civil brasileiro (1874 – 1916). Disponível em: https://www.seo.org.br/images/Ana_Gabriela_Santos.pdf